Dados do Trabalho

Título

INTERVENÇAO CIRURGICA NO ESTRABISMO ASSOCIADO A MIOPATIA MITOCONDRIAL: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de intervenção cirúrgica no estrabismo secundário a miopatia mitocondrial.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 46 anos, portador de miopatia mitocondrial, com quadro de estrabismo e diplopia. Em acompanhamento oftalmológico no ambulatório de estrabismo há 14 anos. Ao exame, apresentava acuidade visual (AV) com correção de 20/25 em olho direito (OD) e 20/40 em olho esquerdo (OE), ptose palpebral e posição compensatória de cabeça girada para a direita. Ao Krimsky Test com correção, demonstra exotropia (XT) de 35 dioptrias prismáticas (DP) para longe e XT de 35 a 40 DP associada a hipertropia à direita de 6 DP para perto. Nas versões apresentava hipofunção dos retos mediais (-6), retos laterais (-2 em OD e -1 em OE), retos superiores (-2) e inferiores (-2). Realizadas duas cirurgias de correção do estrabismo, sendo a primeira sob a técnica de recuo de retos laterais de 8 mm em OD e 6 mm em OE, bem como retrocesso do reto superior direito de 5 mm. A segunda, sete meses após, sob a técnica de dobradura do reto medial direito e ressecção do reto medial esquerdo ambas de 6 mm. No pós operatório de 2 meses, apresentava ao Krimsky Test XT 10 a 16 DP para longe e perto, versões de -4 dos retos mediais, -2 dos retos inferiores e -2 à abdução de OD. Paciente evoluiu com melhora da posição compensatória de cabeça e satisfeito com o resultado.

Conclusão

O caso supracitado apresentou um quadro de miopatia mitocondrial com repercussão na motricidade ocular extrínseca, causando estrabismo associado a diplopia. Na literatura, pouco se advoga pela abordagem cirúrgica do estrabismo, tendo em vista as altas chances de recidiva, abordando preferencialmente casos de ptose palpebral. Ainda que se tratasse de um quadro de evolução crônica e certa estabilidade, optou-se por abordá-lo cirurgicamente, apresentando resultado satisfatório para o paciente e cirurgião.