Dados do Trabalho


Título

NEUROPATIA OPTICA ISQUEMICA ANTERIOR NAO ARTERITICA (NOIA-NA) RELACIONADA A HIPOTENSAO INTRADIALITICA (HID)

Objetivo

Relatar um caso de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA) relacionada à hipotensão intradialítica (HID).

Relato do Caso

Relato do caso: A NOIA-NA, possui espectro de apresentação variável, podendo cursar com a clássica baixa de acuidade visual (BAV) grave, associada ou não a edema de disco, assim como apenas pequenos defeitos de campo visual. A hipotensão, principal complicação da hemodiálise, é fator de risco para NOIA-NA. Relata-se o caso de um homem de 37 anos, com histórico de escavação diminuta em ambos os olhos e doença renal crônica, de causa obstrutiva, em diálise desde os 18 anos, em uso de fludrocortisona por episódios graves e recorrentes de hipotensão intra e pós-dialítica. Apresentou BAV aguda em olho direito. Após avaliação, em serviço no interior de Minas Gerais (MG) foi internado e submetido à pulsoterapia, sem sucesso, progredindo para visão sem percepção luminosa (SPL). Após 4 meses, foi avaliado em serviço de referência para oftalmologia em MG, com relato de BAV em olho esquerdo, com visão 0,8, escotoma altitudinal e edema de disco. Realizada nova tentativa de pulsoterapia e orientada manutenção da diálise, evoluindo para visão SPL imediatamente após uma das sessões.

Conclusão

Associou-se a baixa de visão apresentada à HID grave. Na presença de BAV súbita em paciente em contexto de diálise, a NOIA-NA deve ser aventada. A despeito da sugestão da corticoterapia nessas circunstância, o que se observa é que geralmente não há boa resposta ao tratamento, como relata-se. Atualmente não há na literatura tratamento bem estabelecido para a NOIA-NA associada a HID. Conduto, sabe-se que a posição Trendelemburg pode melhorar a perfusão do nervo óptico, além disso o controle da taxa de filtração glomerular e oxigenoterapia também mostraram benefícios no gerenciamento da NOIA-NA nesse cenário. Como primeira linha na prevenção da HID cita-se: evitar ingestão de alimentos durante as sessões, a ingestão diária de sódio, prolongar o tempo de diálise e corrigir anemia. Como segunda linha, ressalta-se o controle dos fatores de risco cardiovasculares, alternar o horário, bem como aumentar o tempo e a frequência das sessões de diálise e o uso de dialisato frio. Como terceira linha, o uso de alfa-1-adrenérgico seletivo, assim como alterar a forma da diálise para peritoneal também pode ser alternativas em situações de ausência de melhora da HID com uso das outras medidas.

Área

Neuroftalmologia

Instituições

HOSPITAL DAS CLÍNICAS - UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

Giovani Barbosa Guimarães, Bruno Cabaleiro Cortizo Freire, Hugo Britto de Carvalho