Dados do Trabalho


Título

O USO DE TONOMETRIA PORTATIL DE REBOTE EM COMPARAÇAO COM A TONOMETRIA PORTATIL DE APLANAÇAO EM CRIANÇAS SEDADAS COM E SEM GLAUCOMA INFANTIL

Objetivo

Avaliar a correlação existente entre os resultados da aferição da pressão intraocular utilizando dois tonômetros portáteis que utilizam diferentes técnicas de medida: de rebote e de aplanação em crianças sedadas. Avaliar também os dados epidemiológicos das crianças submetidas ao estudo.

Método

Estudo transversal, comparativo, de medidas da pressão intraocular pelos tonômetros portáteis que utilizam os princípios de rebote (Tonômetro de rebote Apramed TD-8000®) e de aplanação (Tonômetro de aplanação Perkins®) em grupos paralelos. Os critérios de inclusão foram: crianças atendidas no departamento de glaucoma com idade menor ou igual a sete anos; que apresentavam diagnóstico de glaucoma infantil ou suspeita de glaucoma e que necessitassem de uma avaliação sob anestesia geral. Foram excluídas as crianças que os pais não assinaram o termo de consentimento, crianças que não compareceram ao exame sob anestesia e aquelas nas quais não foi possível realizar a tonometria por aplanação. A análise descritiva dos dados epidemiológicos foi realizada a partir do cálculo de frequências absolutas e relativas. O protocolo do estudo foi desenhado de forma a obtermos a correlação entre as medidas da pressão intraocular em criança sedada com o tonômetro portátil de rebote e a pressão intraocular em criança sedada com o tonômetro de aplanação.

Resultados

Foram incluídos na análise 78 olhos de 44 pacientes com idade menor ou igual a 7 anos, sendo 40 olhos de pacientes controle, 29 olhos de pacientes com glaucoma bilateral e 9 olhos de pacientes com glaucoma unilateral. A idade média dos pacientes foi de 3,29±1,85 anos. A concordância encontrada entre os aparelhos em pacientes com glaucoma sob sedação foi boa (R=0,77, P < 0,001), porém com diferença entre as leituras dos dois instrumentos de 9,16mmHg±1,01. Na amostra estudada, 62,5% eram do sexo masculino, houve positividade em 29,5% para história familiar de glaucoma e nenhum responsável relatou presença de consanguinidade entre os genitores. Todos os pacientes foram atendidos através do sistema único de saúde (SUS). 47,7% (n= 21) de todos os pacientes avaliados no estudo eram provenientes do interior do estado de Minas Gerais.

Conclusões

Quando os dois tonômetros são avaliados sob sedação, há uma boa correlação em pacientes com glaucoma infantil, porém a hiperestimativa da pressão intraocular foi em média de 9,19 mmHg. Trata-se de método com correlação alta, porém a hiperestimativa da pressão intraocular torna questionável a aplicabilidade clínica do método.

Palavras Chave

Glaucoma, Tonometria Ocular, Anestesia Geral.

Área

Glaucoma

Instituições

Santa Casa de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Carolina Cavagnoli Schwantes, Ana Flavia Lacerda Belfort, Francisco Chagas Lima e Silva, Hevila Rolim, Rebeka Hayashi Vicente