Dados do Trabalho

Título

CICLOFOTOCOAGULAÇAO TRANSESCLERAL NO MANEJO DO GLAUCOMA CONGENITO REFRATARIO

Objetivo

Relatar os resultados do seguimento de um ano após ciclofotocoagulação transescleral em uma paciente pediátrica portadora de glaucoma congênito que foi submetida a duas trabeculotomias com complicações retinianas no pós operatório.

Relato do Caso

Paciente de 4 meses, sexo feminino, moradora da zona rural, com diagnóstico de glaucoma congênito primário bilateral, foi encaminhada ao ambulatório de glaucoma da Santa Casa de BH para avaliação. A paciente já havia sido submetida a uma trabeculotomia em ambos os olhos (AO) no primeiro mês de vida que evoluiu com hemorragia subhialóidea em olho direito (OD). Após exame sob sedação a paciente foi submetida a uma segunda trabeculotomia em OD devido pressão intraocular de 29 mmHg em uso de terapia tópica máxima. Durante o seguimento pós operatório evoluiu com nova hemorragia retiniana, hemorragia vítrea e descontrole pressórico. Optado então pela realização de ciclofotocoagulação transescleral com G probe. A paciente segue em uso dos colírios e em acompanhamento regular no serviço e, ao longo de um ano de seguimento pôde-se observar um melhor controle pressórico associado a ausência de crescimento ocular e melhora da opacidade corneana.

Conclusão

O manejo do glaucoma congênito primário representa um desafio dentro da prática oftalmológica. A escolha do procedimento de ciclofotocoagulação transescleral no caso acima foi considerada uma alternativa com um perfil de segurança mais adequado por se tratar de uma paciente com complicações retinianas prévias em cirurgias angulares e que poderia evoluir de forma desfavorável diante de cirurgias fistulizantes como a trabeculectomia.