Dados do Trabalho

Título

ULCERA GEOGRAFICA POR HERPES VIRUS SIMPLES – O QUE NAO FAZER.

Objetivo

Relatar um caso de úlcera corneana geográfica por herpes simples, destacando a importância do diagnóstico precoce, do manejo adequado com antivirais e da conscientização sobre os riscos do uso indiscriminado de corticosteroides tópicos

Relato do Caso

Paciente, 35 anos, sexo feminino, procurou a urgência da Clínica de Olhos da Santa Casa de BH com dor, hiperemia, fotofobia e prurido no olho esquerdo (OE) há 4 semanas. Relatou uso de Maxidex por 2 semanas, com piora dos sintomas. Negou comorbidades e histórico oftalmológico. AV com pinhole foi de 20/20 em AO. Na biomicroscopia do OE, observou-se edema palpebral, reação folicular em conjuntiva tarsal, hiperemia ¾+, úlcera dendrítica em córnea, fluoresceína positiva, e sensibilidade corneana reduzida. A principal hipótese foi úlcera geográfica por herpes simples, iniciando-se Aciclovir 2g/dia e Vigamox 6/6h, com reavaliação a cada 48/72h. Após 21 dias, houve melhora importante dos sintomas, mas persistiu pequena desepitelização, haze e edema localizado. Aciclovir foi reduzido para 800mg/dia e, diante de inalteração, substituído por Valaciclovir 500mg 2x/dia. Após 14 dias, houve melhora, restando opacidade estromal. O Valaciclovir foi então suspenso e o tratamento com Aciclovir 800 mg/dia foi reintroduzido. Após 2 meses de aciclovir 800mg/dia, paciente estava assintomática, porém com leucoma e neovascularização corneana.

Conclusão

Este caso destaca uma úlcera corneana geografica por herpes simples, tratada com antivirais. O uso de Maxidex sem supervisão pode ter agravado os sintomas. Apesar da melhora com os antivirais, a opacidade estromal persistiu, ressaltando a importância do acompanhamento e manejo adequados para evitar complicações.