Dados do Trabalho
Título
CONTAMINAÇAO OCULAR POR ATROPINA COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE ANISOCORIA: RELATO DE CASO
Objetivo
A atropina é um antagonista competitivo dos receptores muscarínicos, bloqueando a ação da acetilcolina, com diversas indicações de uso na medicina. Contudo, seu uso inadvertido ou acidental pode gerar efeitos colaterais e cabe ao médico identificá-los.
Relato do Caso
Paciente, 48 anos, sexo feminino, busca serviço de urgência oftalmológica com queixa de embaçamento visual em olho esquerdo (OE) há 2 dias, sem outros sintomas associados. Negou traumas, uso ou contato com substâncias químicas. Ao exame, acuidade visual sem correção em olho direito (OD) 20/25, J1 e em OE: 20/40, J2. Motilidade ocular extrínseca preservada. À biomicroscopia, pupilas com reflexo fotomotor preservado, porém com anisocoria de 2 mm (OD) e 6 mm (OE), sem mais alterações e pressão intraocular e fundoscopia normais. Teste com colírio de pilocarpina 0,125% negativo.
Posteriormente, menciona início de aplicação de colírio de Atropina sublingual em seu filho, por contexto de sialorreia. Aventada hipótese de contaminação acidental pelo medicamento e adotada conduta conservadora, com retorno em 01 semana. Paciente retorna no período, com resolução completa do quadro.
Conclusão
Além da Oftalmologia, a atropina tem uma série de aplicações, que podem culminar em repercussões oculares. Afora dos efeitos já descritos, deve-se também atentar à contaminação e erro de via de administração tanto para o paciente quanto para seus cuidadores. Diante disso, em avaliação de pacientes com anisocoria, essa hipótese diagnóstica não deve ser desconsiderada.
Área
Oftalmologia Geral
Instituições
Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineito - Minas Gerais - Brasil
Autores
Fillipe Laignier Rodrigues Lacerda, Natália D’arc Queiroz Pimenta, Túlio Henrique de Melo Dourado, José Roberto Costa Reis, Maria Eduarda Cotta Coelho Gomes